After

Uma das coisas que me fazem realmente perceber que a minha vida mudou completamente para melhor, são os dias como os de hoje. Às vezes ficamos tão presos dentro de nossas rotinas que acabamos pensando que aquilo é só o que existe para nós - nossa carreira, nosso salário, nossas conquistas profissionais e materiais.

Hoje eu saí do trabalho às 14:00, e o Ti me pegou na Roche porque ele tinha ficado com o carro. Como ele estava de folga e o dia estava lindo, na hora me veio em mente que precisávamos aproveitar essa quarta-feira.

Uma das coisas que eu mais adoro no meu trabalho é que eu não tenho uma rotina fixa. Sendo assim, de terças, quintas, segundas ou domingos ou qualquer outro dia, eu posso aproveitar o meu dia da maneira que eu achar melhor! Como o Ti ainda está trabalhando na pizzaria em turnos, de vez em quando acontece de ficarmos de folga no mesmo dia ou de termos algumas horas livres para se curtir.

Passamos no supermercado para comprar guloseimas e partimos para o parque. Como falei, o dia estava lindo, um sol bem gostoso e céu azul. Eu amo deitar na grama na Villa Reale e ficar ali fazendo nada, comendo, conversando e tirando foto. Foi exatamente o que fizemos! Que delícia de dia, que delícia de comida e que delícia de vida!

Tinha uma moça com 2 crianças de mais ou menos uns 5 e 7 anos, falando "o que vocês acham de a gente comer nossa merenda ali perto do rio e depois nós vamos ver a exposição de rosas?" Os meninos concordaram, se jogaram na grama e foram rolando até perto do rio. Eu estava sorrindo e olhando para eles, e quando meu olhar encontrou com o da mãe, ela estava sorrindo para mim. O que eu estava pensando naquele momento é que eu achei a coisa mais linda do mundo a mãe achar que seus filhos, mesmo meninos, podem ir ver a exposição de rosas e admira-las. Nos meus pensamentos também se passavam a liberdade com a qual eles estavam sendo criados, podendo se divertir na grama sem que a mãe enchesse o saco "levanta do chão porque você vai se sujar!". E a coisa mais importante que me veio em mente é que quando eu estava no Brasil e fui morar em São Paulo, logo no início eu já fiquei puta da vida com a minha mãe porque ela não tinha me criado em São Paulo na cidade grande, falando inglês desde pequena e sendo preparada para o mercado de trabalho. Eu me sentia tão atrasada e

Ana Laura Vassoler

42 chapters

16 Apr 2020

Picnic no parque

May 22, 2019

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Ana Laura, Monza, Itália

Uma das coisas que me fazem realmente perceber que a minha vida mudou completamente para melhor, são os dias como os de hoje. Às vezes ficamos tão presos dentro de nossas rotinas que acabamos pensando que aquilo é só o que existe para nós - nossa carreira, nosso salário, nossas conquistas profissionais e materiais.

Hoje eu saí do trabalho às 14:00, e o Ti me pegou na Roche porque ele tinha ficado com o carro. Como ele estava de folga e o dia estava lindo, na hora me veio em mente que precisávamos aproveitar essa quarta-feira.

Uma das coisas que eu mais adoro no meu trabalho é que eu não tenho uma rotina fixa. Sendo assim, de terças, quintas, segundas ou domingos ou qualquer outro dia, eu posso aproveitar o meu dia da maneira que eu achar melhor! Como o Ti ainda está trabalhando na pizzaria em turnos, de vez em quando acontece de ficarmos de folga no mesmo dia ou de termos algumas horas livres para se curtir.

Passamos no supermercado para comprar guloseimas e partimos para o parque. Como falei, o dia estava lindo, um sol bem gostoso e céu azul. Eu amo deitar na grama na Villa Reale e ficar ali fazendo nada, comendo, conversando e tirando foto. Foi exatamente o que fizemos! Que delícia de dia, que delícia de comida e que delícia de vida!

Tinha uma moça com 2 crianças de mais ou menos uns 5 e 7 anos, falando "o que vocês acham de a gente comer nossa merenda ali perto do rio e depois nós vamos ver a exposição de rosas?" Os meninos concordaram, se jogaram na grama e foram rolando até perto do rio. Eu estava sorrindo e olhando para eles, e quando meu olhar encontrou com o da mãe, ela estava sorrindo para mim. O que eu estava pensando naquele momento é que eu achei a coisa mais linda do mundo a mãe achar que seus filhos, mesmo meninos, podem ir ver a exposição de rosas e admira-las. Nos meus pensamentos também se passavam a liberdade com a qual eles estavam sendo criados, podendo se divertir na grama sem que a mãe enchesse o saco "levanta do chão porque você vai se sujar!". E a coisa mais importante que me veio em mente é que quando eu estava no Brasil e fui morar em São Paulo, logo no início eu já fiquei puta da vida com a minha mãe porque ela não tinha me criado em São Paulo na cidade grande, falando inglês desde pequena e sendo preparada para o mercado de trabalho. Eu me sentia tão atrasada e

tão atrás de todos os candidatos que só o que eu sentia era raiva. E eu tinha prometido para mim mesma que eu não faria a mesma coisa com os meus filhos, ou seja, eu os criaria em uma realidade mais competitiva e mais preparatória para o futuro deles. Hoje morando aqui eu vejo o quanto meus pensamentos mudaram - o que eu mais quero é poder levar meus filhos para ver a exposição de rosas; fazer com que eles respeitem as mulheres, a natureza e as pessoas à sua volta; deixa-los curtir a natureza e serem menos estressados, mas também quero poder fortalece-los para as dificuldades da vida. É difícil né? Eu espero que se um dia meus filhos lerem esse diário, eles entendam que só o que eu quero para eles é uma vida tão boa quanto a que eu tive com a minha mãe, mas que eles não tenham os arrependimentos e os estresses e as encanações que eu tenho, porque a vida passa rápido demais! Só o que a gente tem que fazer nessa existência é ser FELIZ!

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