Acordamos cedo. Eu estava ansiosa. Limpei uma coisa alí. Dei uma ajeitadinha em outra aqui. Fizemos almoço. Tomamos banho. Limpei mais uma sujeirinha. Arrumamos a mesa. Desarrumei tudo, coloquei garfos mais bonitos. Coloquei a mesinha na sacada na posição perfeita para vermos o pôr do sol. Ela estava chegando! Sim, minha mãe estava chegando!
Para mim, foram 3 longos meses. Eu que estava acostumada a vê-la pelo menos 3 vezes por mês, fiquei exatos 96 dias sem abraçá-la. Pode parecer pouco para vocês, mas para nós, eu e ela, foi demais.
Ela chegou bem no horário do almoço aqui na Itália. Estávamos com os aperitivos prontos na mesa, uma pasta fredda na geladeira e a cerveja gelando no freezer para encararmos o verão intenso da Europa. Vieram minha mãe e nossa prima, Dineia, curtir as férias de verão.
Não preciso nem dizer que eu chorei, né? Chorei horrores, minha gente. De alegria, de saudades, de alívio. Agora sim eu estava completa. O choro durou pouco, logo nossa casa estava tomada por malas, pessoas falando e muita alegria! <3
O primeiro dia
Não viamos a hora de mostrar nosso novo lar para elas. Elas descansaram um pouco da viagem e depois fomos fazer um passeio. Andamos até a praça, tiramos fotos, vimos as lojinhas de Carate Brianza, passamos pelo parque Villa Cusani, e finalmente paramos no Aperò Cafè, um restaurante bem bonitinho que fica aqui perto de casa. Fizemos um aperitivo, um "passeio" bem famoso aqui na Itália. Pedimos 1 drink cada, e nele está incluso um menu degustação, com finger foods. Lindos e deliciosos, um passeio super agradável para uma tarde de verão! Depois disso fomos tomar um gelato na praça (como não?), que também é bem tradicional aqui na Itália. Foi um começo realmente maravilhoso!
Ana Laura Vassoler
42 chapters
16 Apr 2020
July 05, 2018
|
Ana Laura, Carate Brianza (Itália)
Acordamos cedo. Eu estava ansiosa. Limpei uma coisa alí. Dei uma ajeitadinha em outra aqui. Fizemos almoço. Tomamos banho. Limpei mais uma sujeirinha. Arrumamos a mesa. Desarrumei tudo, coloquei garfos mais bonitos. Coloquei a mesinha na sacada na posição perfeita para vermos o pôr do sol. Ela estava chegando! Sim, minha mãe estava chegando!
Para mim, foram 3 longos meses. Eu que estava acostumada a vê-la pelo menos 3 vezes por mês, fiquei exatos 96 dias sem abraçá-la. Pode parecer pouco para vocês, mas para nós, eu e ela, foi demais.
Ela chegou bem no horário do almoço aqui na Itália. Estávamos com os aperitivos prontos na mesa, uma pasta fredda na geladeira e a cerveja gelando no freezer para encararmos o verão intenso da Europa. Vieram minha mãe e nossa prima, Dineia, curtir as férias de verão.
Não preciso nem dizer que eu chorei, né? Chorei horrores, minha gente. De alegria, de saudades, de alívio. Agora sim eu estava completa. O choro durou pouco, logo nossa casa estava tomada por malas, pessoas falando e muita alegria! <3
O primeiro dia
Não viamos a hora de mostrar nosso novo lar para elas. Elas descansaram um pouco da viagem e depois fomos fazer um passeio. Andamos até a praça, tiramos fotos, vimos as lojinhas de Carate Brianza, passamos pelo parque Villa Cusani, e finalmente paramos no Aperò Cafè, um restaurante bem bonitinho que fica aqui perto de casa. Fizemos um aperitivo, um "passeio" bem famoso aqui na Itália. Pedimos 1 drink cada, e nele está incluso um menu degustação, com finger foods. Lindos e deliciosos, um passeio super agradável para uma tarde de verão! Depois disso fomos tomar um gelato na praça (como não?), que também é bem tradicional aqui na Itália. Foi um começo realmente maravilhoso!
Dia 2, o Drama
Dizem que alegria de pobre dura pouco, né? Eu costumo dizer que dura o tempo de um miojo!
Acordamos no dia seguinte cheias de gás para passear e aproveitar o dia em Milão. Tinhamos uma lista de coisas a fazer: ir ao mercado, buscar água na "Casetta Dell'Acqua", fazer a hospedagem da Dineia na Polizia de Carate Brianza e passar o dia aproveitando Milão, fazendo compras e passeando. Sabe quando dizem que a vida muda em um segundo? Estávamos passeando e tirando fotos com hortênsias em um minuto e no outro eu recebi uma ligação de uma agência de lavoro para eu ir na PUPA Milano para falar sobre o processo seletivo do qual eu estava participando. NAQUELE MOMENTO. URGENTE.
Foi a maior insanidade! Fizemos tudo correndo, terminamos de fazer a residência e batemos em disparada para casa. Eu avisei o Ti e ele já deixou minha roupa pronta, foi só o tempo de jogar uma água no corpo e plim, voamos pelas estradinhas de Brianza com a nossa super scooter em direção à PUPA. Para minha surpresa (que achava que eles tinham me odiado), estavam me oferecendo uma outra oportunidade de trabalho além do processo pelo qual eu já estava concorrendo. Era para ser maquiadora temporária na loja da fábrica, o trabalho que eu sempre quis! Mas, claro, como eu disse antes, era bom demais para ser verdade: eu deveria começar a trabalhar na SEGUNDA-FEIRA. Minha mãe e a Dineia tinham
acabado de chegar e tinhamos tantos planos para nossas férias! Ao mesmo tempo que eu queria estar com elas, também queria muito (MUITO, sintam a intensidade) esse trabalho. Só para ficar claro, Universo, eu não achei nada justo eu ter que escolher.
Quando cheguei em casa, adivinhem só: chorei feito criança. Eu tinha tão pouco tempo para curtir com a minha mãe, e não queria me desfazer dos nossos planos. Mas eu também vim sonhando muito com um trabalho como aquele, ainda mais porque já estava há 3 meses desempregada.
Posso resumir a ópera? Decidi não aceitar o trabalho da PUPA e prosseguimos com os planos de viagem. Me arrependi logo em seguida quando desliguei o telefone com a mulher do RH, mas também teria tido o mesmo sentimento de arrependimento se tivesse dito sim. Não tinha escapatória. Mas, no fim das contas, acho que fiz a escolha certa. Nossas férias foram intensas de diversas formas, aprendi muito com cada escolha que eu fiz. Acredito que o destino não seja uma linha reta, na qual não temos como desviar. Eu tenho certeza de que o destino é como botõeszinhos que você vai clicando, e cada um te leva para um caminho diferente. Se eu apertar o botãozinho da esquerda, virão novas opções de botõeszinhos para eu ir escolhendo e clicando, sucessivamente. Se eu escolher o da direita, a mesma coisa, mas
serão opções completamente diferentes do que eu encontraria se clicasse no botão da esquerda. Eu escolhi o botão 'família', e a opção de me tornar uma maquiadora por enquanto ficou para trás. Espero que encontre novamente no futuro um botãozinho similar ou até melhor do que esse que eu não escolhi. ¯\_(?)_/¯
Ah, claro, em meio esse turbilhão de sentimentos, nós decidimos não ficar em casa se lamentando. Ao invés de irmos para Milão, como tinhamos programado, fomos para Monza e deixamos Milão para o dia seguinte. Eu estava bem borocochô, confesso, apesar de estar sorrindo nas fotos, estava bem cinza por dentro.
Foi um dia bem esquisito. Sabe quando tudo dá errado? Não conseguimos almoçar porque todos os restaurantes aqui na Itália fecham às 15:00 e só reabrem para o jantar (dica para a vida: almocem cedo na Itália!) Depois de rodar 2193829482 km procurando um lugar para comer, acabamos parando no MC Donalds! Apesar de eu gostar, prefiro muito mais a culinária veramente italiana - mais saudável e bem mais gostosa. Depois disso, fomos para a Villa Reale, e como eu sempre digo, "Não há nada tão ruim que não possa piorar". Pegamos uma chuva (chuva não, TEMPESTADE) tão forte de granizo, que tivemos que nos abrigar no parapeito do muro da Villa Reale para não nos machucarmos! Foi o momento mais tenso e ao mesmo
tempo mais relaxante daquele dia. Eu não parava de rir. Ninguém conseguia parar de rir! As pedrinhas batiam no meu braço, na minha cabeça, em tudo, e eu só conseguia rir. Era tudo o que eu precisava!
Chegamos em casa, tomamos um banho super rápido e corremos para assistir o jogo do Brasil. Perdeu, é claro. Não esperávamos outra coisa. E, sem mais nem menos, eu desabei de chorar. Chorei tanto, que doeu. Doeu a cabeça, o coração, o corpo, a alma. Depois de rir tanto, eu chorei tanto. É, eu estava, naquele momento,
sofrendo as consequências da minha decisão. O Ti ficou triste e chateado porque acabou influenciando na minha escolha em ficar com elas, mas quem tomou a decisão final fui eu. Mesmo assim, achamos melhor conversarmos todos juntos e esclarecermos. Foi o melhor que aconteceu. Depois disso pudemos comprar nossas passagens para viajar, e aí ficamos em paz. Brindamos com um espumante delicioso.
Dia 3, azul, limpo e quente
Quando minha mãe ainda estava no Brasil, eu a alertei: "Aqui faz muito, muito calor! Tragam roupas frescas e leves." Ela pensou que o Brasil, por ser um país tropical, fosse muito mais quente do que a Itália. Acho que só quem já veio para cá enfrentar um calor Europeu é que vai entender o que eu estou dizendo!
Resolvemos ir para Milão logo cedo para aproveitar bem o dia e passear bastante, já que o dia anterior tinha sido cheio de aventuras e um tanto quanto tumultuado. Começamos o passeio pelo ponto turístico mais famoso de Milão: Catedral Duomo e Galeria Vittorio Emmanuele II. O dia estava lindo, um calor absurdo, pessoas por todos os lados. Tiramos mil fotos porque somos desses! Eu e minha mãe já tinhamos entrado na Duomo em nossa primeira visita à Milão em 2016, então o passeio turístico do dia ficou por conta do Ti e da Dineia, que compraram entradas fast-track e subiram de elevador
até o topo da Duomo. Eu e minha mãe ficamos lá em baixo na rua, sentadinhas no jardim comendo um lanchinho que levamos de casa, bem europeias. O pessoal aqui faz muuuito isso, sempre leva alguma coisinha da mochila para comer enquanto turista, porque comida não é barata e ninguém gosta de passar fome, né? EU HEIN!
O passeio do Ti e da Dineia durou mais ou menos 2 horas. Deixo aqui o depoimento do Ti, que não gosta muito de escrever, mas queremos deixar registrada cada sensação para nunca nos
esquecermos delas.
"DEPOIMENTO DO TI"
Não sou daqueles católicos fiéis, mas sigo com minha fé, do meu jeito. Tomara que Deus me compreenda! rsrs... Adoro apreciar a arte, os detalhes das coisas no geral, e se tratando da Duomo di Milano, são detalhes que não acabam nunca mais.
A subida: Eu e a Dinéia subimos até telhado da catedral pelo elevador, lá em cima continuamos entre subidas e decidas pelas escadas por todo o telhado da catedral. É Lindo! É incrível cada detalhe, as esculturas em cima de cada pilastra, ver a cidade de Milão, a Piazza Duomo de cima da catedral... é encantador, e na minha opinião vale cada euro pago por esta visita. Não ficamos muito tempo no telhado porque estava um calor absurdo, era "um sol pra cada um" naquele dia.
A descida: Bom, para descer todo santo ajuda, né rsrs, então 'bora lá. A descida é só pelas escadas, mas achei bem tranquilo. Visitamos a parte interna da catedral, não tenho palavras para descrever tamanha beleza em seu interior. Aqueles vitrais trabalhados, o chão em mármore todo detalhado, a esculturas, tudo... É pura arte e beleza por todos os lados. Ficamos por ali observando, fizemos uma oração de agradecimentos pela família, amigos e antepassados, fizemos algumas fotos e depois fomos para o subsolo.
O Subsolo: Uma parte em baixo da igreja que foi descoberta nos anos 60 com as escavações para a construção do metro. O que tem lá? Bom, são os restos arqueológicos da Basílica Romana de Santa Tecla e do Batistério Romano do Século IV, tem ideia?? Estamos no século XXI e essas relíquias sobreviveram ao longe desse tempo todo!
Foi sem dúvidas uma experiência incrível e que eu agradeço muito a oportunidade de poder tê-la feito!
"FIM DEPOIMENTO DO TI"
Continuamos nosso passeio pela Vittorio Emmanuele II, e almoçamos delicinha (porque a essa hora todo mundo já estava quase comendo pedra de tanta fome!). Mais tarde
seguimos para o Castello Sforzesco, onde fizemos fotos e mais fotos. Também aproveitamos para comprar na Decatlhon nossos sapatinhos especiais para entrar na praia de pedrinha de Cinque Terre! Bom, lendo assim parece fácil, mas depois de visitar todos esses pontos turísticos, já eram quase 18 horas (ou mais!) A gente ainda teria mais quase 2 horas de transporte público até em casa, então resolvemos ir embora.
Claro que eu não poderia terminar esse capítulo sem contar nossa última experiência daquele dia: os pernilongos da Itália. Gente de Deus, é cada um mais agressivo que o outro! Ficamos no ponto de Sesto San Giovanni esperando nosso ônibus chegar e praticamente fomos devorados pelas "zanzaras". Finalmente pudemos chegar em casa, jantar um 'macarrão-pizza' que minha mãe preparou e descansar bebendo um espumante para estarmos renovados para o dia seguinte.
O quarto dia...
Só tinham se passado apenas 4 dias, mas todos estávamos mortos. Tinhamos acordado cedo e dormido tarde todos os dias desde que elas chegaram, e precisávamos dormir pelo menos mais um pouquinho algum dia. Escolhemos o domingo, dia 8, para acordarmos mais tarde, almoçar em casa e depois ir até o parque de
Monza para elas conhecerem o Autódromo.
Ah, antes de mais nada preciso abrir um parênteses sobre minha mãe ir ao mercado com o Ti de moto. Eu e a Neia ficamos em casa nos arrumando, mas é claro que eu filmei essa cena porque achei super bonitinha! hahaha Uma pena que não dê para eu colocar o vídeo aqui, mas com certeza uma fotinho para a eternidade tem que rolar nesse diário :)
Voltando à programação, começamos o nosso passeio pelo parque de Monza. Minha mãe e a Dineia tinham uma vontade muito grande de andar naquelas bicicletas que parecem um carrinho e cabem 4 pessoas. Posso afirmar por elas que essa vontade passou no exato momento em que alugamos uma para nós e começamos a pedalar. Geeente, como é pesada! Imagina só: duas veias e dois gordos sem preparo físico. A gente não sabia se ria, se chorava, se gritava, se
pedalava, se respirava...! Todo mundo com carinha sorridente na foto, mas a verdade é que tava todo mundo quase morrendo.
Levamos na mochila alguns petiscos e até espumante. Fomos preparados para um piquenique! O que não sabiamos é que no parque de Monza tem uma área linda, verde, cheia de coisas legais para as crianças e com várias mesas para comer. Conversamos, rimos, bebemos, comemos, um amor só!
Para não correr o risco de ficar muito tarde e fechar o Autódromo, ficamos pouco tempo fazendo nosso piquenique e já partimos para a caminhada. Dessa vez foi melhor, com a mochila mais vazia, mas o parque é enorme e o trajeto judia bastante de quem vai à pé. Achamos uma área nova que eu e o Ti ainda não tinhamos explorado, e pudemos tirar fotos diferentes e ver melhor a pista.
Finalizamos o nosso dia com strogonoff do Tiago, que é o melhor do mundo! E olha que é meu prato favorito, sou bem exigente!
1.
Vamos começar pelo começo...
2.
Apenas uma introdução
3.
"I think I wanna marry you...!"
4.
[RE]começo - Parte 1
5.
[RE]começo - Parte 2
6.
Os amigos e a família
7.
Nosso novo lar
8.
A primeira mini viagem
9.
Como?
10.
Nossa primeira praia Italiana
11.
"Oba, lá vem elas..."
12.
A maravilhosa Cinque Terre
13.
Tutte le strade portano a Roma
14.
La bella Venezia
15.
Voltando para Carate com elas
16.
A despedida
17.
"Expecto Patronum"
18.
Bergamo e amigos
19.
"L'Estate sei tu...!"
20.
O capítulo chato do desabafo
21.
˜Once upon a time...˜
22.
All I want for Christmas
23.
Visitando os antepassados
24.
As montanhas
25.
Ora Pois...
26.
A famosa Lisboa
27.
A linda Cascais
28.
Descobrindo a Itália
29.
Segundona de folga
30.
A primeira vez na Suíça
31.
Muito prazer, Novara!
32.
Comer, Comer é o melhor para poder crescer!
33.
Picnic no parque
34.
Bélgica, comidas e amigos
35.
Sem programaçao
36.
A bellissima Toscana
37.
Amigos e belas paisagens
38.
Montevecchia e amigos
39.
Um bom filho à casa torna
40.
Familia de Neve
41.
Bormio e Livigno
42.
Verona in Love
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